O medo aprisiona a alma e, cruelmente, a corroi em segundos, que parecem mais com séculos.
Ela pede socorro, quer se libertar.
Diante de tantas situações lhe proporcionadas durante a vida, ela sente-se impotente, incapaz de, sequer, movimentar-se, o que a faz adormecer aos poucos pelo cansaço que a consome.
Outra vez acorda. Luta. Sangra. Mas seus sentimentos, por algum motivo, não se convertem em palavras ditas.
Mais uma vez sente-se perdida.
- O que faço? , pergunta aflita numa incessante perturbação.
Não encontrando respostas, decide seguir.
Percebe que quando chega num certo ponto a estrada bifurca-se. Novamente sofre, mas dessa vez ajoelha-se e chora. Suas lágrimas ao tocarem o chão, congelam. Seus sonhos são esquecidos. Seus desejos viraram mera vontade.
Está sozinha. Ninguém a escuta. Ou melhor, tapam os ouvidos. Ela entra em desespero. O som de seus gritos misturam-se ao som do vento.
Ela tem acesso de loucura! Ela se retorce! Ela corta os pulsos! Ela o descontrola! Ela o mata!
- Não quero mais viver dentro de ti., diz em prantos, Tu me aprisionas, tu me matas aos poucos. Eu quero poder ser livre. Eu preciso! Eu necessito!
- Se não quiseres me deixar, eu te imploro: Deixa-me viver! Deixa-me te ajudar! Deixa-me te consolar!
Tarde demais.
O chão se abre. O mesmo a faz estar à beira de um abismo.
Enxerga uma luz e sente medo. Uma mão toca-lhe o ser. Fecha os olhos e adormece.
Quando desperta percebe que não mais está possuindo algo, mas não entende o que aconteceu.
O tempo passa e num dos encontros com a verdade nota que se libertou, só que, após mais algum tempo, nota que ainda não era sua hora de estar ali, e sim que a anteciparam por ter estimulado a covardia do corpo influenciado pelos impulsos da carne.
Cruel! Sim! Cruel!
A sensação de abandono volta e ela, outra vez, se transforma em dor. O que não sabe é que agora esse sofrimento, essa angústia que toma seu ser é para toda a eternidade, porque, infelizmente, teve pressa.
Então, por favor, não se entregue antes de lutar.
Vá! E não deixe o medo ou a covardia te arruinar. Eles são traiçoeiros.
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